25 junho 2008

vacas gordas

Estou há quase 6 meses na nova empresa. No primeiro mês já comecei logo com cursos para aprender as novas tecnologias de programação da Microsoft, tendo em vista, continuar desenvolvendo websites. De uma hora, pra outra meu gerente me ofereceu de seguir o curso completo, a partir de fevereiro, com maratona de quase 3 meses, para conseguir tirar os certificados da Microsoft. Ralei muito e passei nos 4 exames. Mas depois de abril, não consegui ser colocada em nenhum projeto de grande porte e, como junior, é mais difícil ser oferecida pra trabalhar como "detachering" (como diz se isso em português?), no cliente, com o cliente, no projeto do cliente, com recursos de cliente.

De todos os juniors que conheço que começaram depois de mim, somente a menina do Afeganistão que trabalha com a mesma tecnologia do Pim (e tinha já experiência na área) conseguiu ser colocada em algum projeto (o mesmo onde ele estava trabalhando). Como trabalhar diretamente com o Pim não era uma opção pra mim, eu continuava sobrando. Os projetos pra onde era cotada ou não iam pra frente ou eram eternamente adiados... De tanto fuçar, consegui "vender" umas 20 horas ajeitando um projeto antigo para um amigão do Pim.

Depois fui atrás do meu entrevistador: ele me avaliou técnicamente durante a entrevista ano passado e foi umas das coisas que me convenceu escolher esta empresa. Ele tem outros projetos antigos que um dia poderão vir a ser migrados para a última versão da linguagem de programação da Microsoft (isso mesmo, algo beeeem vago) e me pediu pra fazer um estudo de caso: cuidar da migração de 2 sites pequenos e de um grande e contabilizar o tempo necessário, anotar os passos necessários pra tirar tudo de obsoleto e tentar modernizar algumas peças chave dos sites, como o menu de navegação (que por sinal é um verdadeiro espaguete de código...). Trabalho interessante tecnicamente, mas sem cash, sem prazos, e sem poder abusar muito o rapaz: afinal ele tinha mais o que fazer, uma vez por dia me parecia suficiente. Andava desinteressada e desmotivada.

De repente, tudo mudou.

Ontem de manhã recebi um email do meu chefe. Um contrato dedachering que servia para o meu perfil. Mas tinha que enviar a minha candidatura antes das 3 da tarde. Empresas públicas daqui, como no Brasil, mantém datas e horários rígidos nas entregas de ofertas: ontem às 16 hroas em ponto. Lendo a descrição da vaga, me assustei: é pra trabalhar completamente sozinha no cliente, em Amsterdam Sloterdijk. Mesmo com todos os meus diplomas, nunca trabalhei num projeto destes. Bateu um pânico. Pedi mais informações pro meu gerente (o site deu a entender que o sistema é em VB enquanto eu trabalho em C#) mas este não sabia muito mais do que estava no anúncio. No entanto ele disse pra eu aplicar pois o emprego parecia combinar muito comigo. Corri pro meu mentor: ele disse pra aplicar. Corri pro Pim: ele disse pra aplicar. Ele e outros colegas ficaram me dando dicas do que escrever na carta de motivação, me ajudando a analisar tudo o que o cliente pedia. Depois de almoçar, ainda abalada, preenchi todos os formulários e sentei pra escrever a bendita carta.

Meu gerente ainda passou pra dar uma olhada no que eu tinha escrito e mandei tudo às 14:30 pro carinha do recursos humanos que estava organizando os dossiers. Nos formulários tinha um sistema de pontos. Num deles você que somar mais de 70 dos 100 pontos (incluindo conhecimentos e experiências) pra se classificar. Destes 100 pontos, eu tinha mais de 80. Em pouco menos de 1 hora escrevi a carta de motivação, que meu gerente leu "en passant". Mandei tudo e no final do dia, perguntei ao rapaz do recursos humanos se meu dossier tinha sido enviado. Ele disse que ajeitaram minha cartinha e mandaram tudo. Relendo hoje eu encontrei até erros de gramática mais básicos, mas pressa é uma merda...

Hoje, meu gerente mandou outro email com mais uma vaga. Desta vez o trabalho era perfeito, para um junior exatamente com a minha especialidade. O único porém: o cliente fica em Amersfoort. Muito longe tanto de carro quanto de trem. Pelo menos hora e meia de baldeação. Já tava montando o dossier e buscando inspiração pra escrever a nova carta de motivação quando meu gerente pára na minha mesa: ele arrumou um projetinho temporário pra mim. Coisa pequena, de uma semana ou duas, mais trabalho braçal do que intelectual: mas pra quem não está fazendo nada há tanto tempo, dei pulinhos! Mesmo assim, voltei pra terminar de montar meu dossier (começo amanhã a ajudar no tal projetinho)

Mais tarde meu gerente volta: a tal conversão de base de dados que vem sido adiada por meses seguidos vai finalmente começar. Tudo acertado com o cliente e com o analista, eles começam a preparar tudo semana que vem. Quando terminar essa semana ou duas, já caio de boca. Ele disse pra deixar o novo dossier de Amersfoort de lado. Afinal já estou atirando em duas frentes. E quando acabar a conversão (coisa de 2 meses), já tenho um projeto ainda maior previsto pra começar em setembro.

Agora, a melhor de todas: de tarde meu gerente voltou de novo com boas notícias!

Ele já tinha me avisado ontem que várias pessoas estavam se candidatando a partir da nossa empresa e que outras empresas com certeza também estavam angariando freelancers pro trabalho em Amsterdam Sloterdijk. Mas, o que ele acabou descobrindo ao olhar a lista de candidatos: todos estavam cortados pelo recursos humanos, MENOS EU! O meu dossier foi a única candidatura que a minha empresa enviou pro cliente!!!! Claro que isso não garante absolutamente nada, mas deste modo, tenho uma chance maior de ser um dos 5 primeiros classificados e ser chamada pra rodada de entrevistas. Muito emocionante, depois de todo o medo de ontem, de todo o desespero e até chororô (eu sou uma manteiga derretida quando fico muito nervosa), hoje fiquei super feliz com a notícia.

Sejam bem vindas as vacas bem gordinhas!!

Um comentário:

Adriana disse...

Em primeiro lugar....BEM VINDA AO BLOGSPOT, eu já estou aqui desde que o blogger Brasil começou com a sacanagem de pagar! E quem já tava, ficava sem precisar pagar...mas com limitações estupidas.
Parabéns pelas vacas gordinhas. :)
Aah...minha cunhada pediu pra meu sobrinho ser avaliado aqui, ele tinha 3 anos na época. E eles achavam normal que ele não falasse e acharam dificil diagnosticar se ele era ou não autista. Mandaram ela entrar em contato dentro de 2 anos quando ele estivesse com 5. E disseram que por enquanto colocasse ele numa escola normal. Mas, ai ela achou qe o filho poderia ter melhores chances de desenviolvimento se ele fosse diagnosticado logo cedo, fosse o que fosse o resultado. Foram pra Portugal e lá foi o mesmo papo, ai o pai do menino decidiu que iria procurar ver isso nos EUA, e eles tinham um programa especial pra autistas...e o grupo de pai de autistas nos EUA era muito ativo em todo país. Ai ela não contou história e voltaram pra lá(ela morou em NY po pouco mais de um ano).